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Erros gramaticais comuns cometidos no dia a dia

Quem estuda a gramática da língua portuguesa sabe que o idioma é complexo e que exige anos de estudo para (tentar) saber tudo. Porém, muitas pessoas não têm ideia que falam coisas que, na verdade, estão incorretas. Vou citar abaixo alguns exemplos de coisas que vejo com muita frequência, principalmente nas redes sociais.

** Há 3 anos atrás eu fiz uma viagem para o exterior.

O que há de errado? Há 3 anos atrás
Explicação: neste caso, o verbo haver está com o sentido de fazer. Por exemplo, se fôssemos reescrever essa mesma frase com faz no lugar de há, ficaria da seguinte maneira:
Faz 3 anos atrás eu fiz uma viagem para o exterior.
Podemos perceber que não tem sentido usando o verbo fazer, porém a ideia é a mesma. Usar “há” e “atrás” para falar de algo que aconteceu no passado é redundante. A palavra “atrás” se refere a um tempo que já passou, porém não é necessária quando o verbo haver está presente.
Correto: temos duas opções para falar essa frase corretamente:

Há 3 anos eu fiz uma viagem para o exterior.
3 anos atrás eu fiz uma viagem para o exterior.

**Quero agradecer à todos que me mandaram mensagem.

O que há de errado? à todos
Explicação: Usamos a crase (ou seja, o acento grave, como em à) quando ocorre a junção entre a preposição a que acompanha o termo que vem antes e o artigo a que acompanha o termo que vem depois. Mas como saber se o termo exige preposição e artigo? Parece complicado, mas é mais simples que parece. Vamos utilizar o verbo ir como exemplo:
Vou à cidade fazer compras.
O verbo ir exige que a preposição venha depois, porque quem vai, vai a algum lugar. Já a palavra cidade exige o artigo, por exemplo, “A cidade é esburacada”, “O prefeito da (de+a) cidade está viajando”. A partir disso, ocorre a fusão da preposição a que acompanha o verbo ir com o artigo definido a que acompanha o substantivo cidade.
Como saber quando utilizar o acento grave para assinalar a crase? Aqui vão algumas dicas:
 Substitua a palavra seguinte por uma palavra no masculino. Se utilizarmos supermercado ao invés de cidade no exemplo acima, ficaria da seguinte maneira:
Vou ao supermercado fazer compras. -> se a substituição virar “ao”, significa que há crase.
 Lembre-se sempre de que a crase nunca será empregada antes de verbos no infinitivo (por exemplo: salário a combinar.).
 A crase nunca será empregada antes de palavras no plural (a não ser que o contexto peça a crase no plural também). Por exemplo:
“Diga às mulheres que hoje vamos sair mais cedo.” -> A pessoa que falou isso está se referindo a determinadas mulheres, por isso “às” também está no plural.
“Este espaço é reservado a mulheres grávidas.” -> Aqui se refere a qualquer mulher que estiver grávida, por isso “a” está no singular e sem o acento grave.

**Fazem 5 anos que não vejo meu tio.

O que há de errado? fazem
Explicação: O verbo fazer, neste caso, está no sentido de “haver”, por isso não sofre flexão. Quando tratamos de tempo, ele sempre fica no singular.
Correto: Faz 5 anos que não vejo meu tio.

**Eles já tinham pego as chaves.

O que há de errado? tinham pego
Embora a forma gramatical correta seja como na explicação abaixo, o assunto é controverso. Alguns autores e pesquisadores defendem o uso de “pego” após qualquer verbo, sendo ele regular ou irregular.
Explicação: Há duas formas de conjugar o verbo pegar no particípio: pego e pegado. Porém, na situação acima, o uso está incorreto. Mas quando usar pego e quando usar pegado?
Pego: é usado após os verbos ser e estar.
Exemplo: O bandido foi pego pela polícia ontem.
Pegado: é usado após os verbos ter e haver.
Exemplo: Ela havia pegado as cartas.
Outros exemplos de verbos que são conjugados de forma diferente: suspender, ganhar, pagar e gastar.

**Mais e agora, o que vamos fazer?

O que há de errado? mais
Explicação: Apesar de parecer óbvio, muitas pessoas ainda têm dificuldade de diferenciar “mais” e “mas” (não necessariamente de diferenciar o significado das duas palavras, mas de empregá-las corretamente). É bem simples:
Mas = porém, contudo, entretanto, todavia. Quando usado, significa que o que vem em seguida é uma ideia oposta, contrária ao que foi dito antes:
Eu ia sair de casa, mas mudei de ideia porque começou a chover.
Mais = soma. É usado para dar um sentido de adição na frase:
Quanto mais eu durmo, mais quero dormir.
Correto: Mas e agora, o que vamos fazer?

Texto escrito por Aline Bellozo

Fontes:

http://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/temas-polemicos-5.html

http://portugues.uol.com.br/gramatica/o-uso-crase-.html

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/verbos-impessoais-como-fazer-a-concordancia.htm

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Aviso imediatamente ao cliente para que, juntos, seja possível pensar em soluções sem impactar na qualidade e no prazo final. É papel do tradutor controlar a sua produção para que esse tipo de problema não seja informado perto da sua devolução final, pois caso isso aconteça, o cliente pode não conseguir te ajudar.

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Me certifico que estou usando bons sites e materiais para a realização das pesquisas. Peço ajuda para algum colega da área ou que está mais familiarizado com esta área e, caso não consiga, entro em contato com o cliente para trazer tais inseguranças antes da devolução final para ver se o cliente consegue me ajudar sem prejudicar o prazo e a qualidade. Importante: o papel de pesquisa é responsabilidade do tradutor/revisor. Apenas em casos muito pontuais ele deve recorrer ao cliente para que isso não afete a confiança que o cliente tem nele.

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Antes de enviar o trabalho ao tradutor, questione o cliente a respeito da TM e do glossário, pois são materiais muito importantes e que devem sempre ser usados no processo. A memória e o glossário ajudam muito no fluxo de trabalho da tradução, pois além de otimizar tempo de execução, ainda ajudam a garantir uma boa qualidade final. Se o cliente realmente não tiver nenhuma TM ou glossário, sugerimos que você crie e comece a fazer esse tipo de coleta nos projetos, assim você poderá se beneficiar disso no futuro, em projetos do mesmo cliente e sendo da mesma área.

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Por mais que você não tenha em sua base de recursos tradutores que trabalhem com a ferramenta solicitada, nunca feche as portas para as oportunidades. O primeiro passo é ser sincero com o cliente e dizer que você nunca trabalhou com essa ferramenta, mas que poderia assumir o trabalho e está disposto a aprender. Geralmente, as ferramentas seguem uma mesma lógica, muda apenas algumas funcionalidades e questões de layout, mas para garantir que você não vai ter problemas com isso, busque informações, procure tutoriais na internet e até mesmo questione o cliente se ele poderá te dar um suporte caso você precise.

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Devemos trabalhar com a premissa de que o cliente satisfeito sempre voltará a te oferecer trabalho, porém, é preciso equilibrar as expectativas. Muitos clientes não entendem a dinâmica envolvida em um trabalho de tradução (fluxo de trabalho: tradutor/revisor/QA…), por isso, fazem solicitações que podem atrapalhar e muito o seu processo. Mudar o texto ou um pequeno trecho no início do trabalho é algo que pode ser negociado e atendido, mas se a tradução já passou da metade ou está quase no final, você deve conversar e explicar a ele que o pedido pode ser atendido, mas que será necessário pensar em um novo prazo e valor, pois o trabalho deverá começar praticamente do zero. Uma outra opção é finalizar o trabalho atual e depois implementar as mudanças solicitadas pelo cliente, negociando um novo prazo de entrega e um valor justo pelo tempo que será gasto pelo recurso para fazer os ajustes.

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Retrabalhos não são bons para a organização do PM, isso porque aumentam a chance de problemas e riscos de afetar o seu cliente final. Se você realmente enviou os arquivos errados ao tradutor, você deve tomar as medidas necessárias para evitar que isso afete o prazo combinado com o cliente, ou seja, verificar se tem tempo hábil para realizar o trabalho corretamente, verificar um tradutor disponível para fazer o job e, no caso de você realmente atrasar a devolução final, comunique o cliente imediatamente e tente negociar um novo prazo.

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Esse é um dos erros mais graves que um PM pode cometer, mas devemos sempre nos lembrar de que somos seres humanos e somos passíveis de errar. Diante disso, devolva o arquivo imediatamente ao cliente e peça desculpas por seu erro. Esse tipo de problema não deve se repetir, por isso, use recursos que te ajudem em sua organização, seja uma agenda on-line, agenda física, lembretes das datas de suas devoluções, pois assim as chances de você se esquecer no futuro serão mínimas.

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O primeiro e mais importante passo é sempre tomar decisões e deixar o cliente a par delas, ou seja, os riscos das escolhas devem ser compartilhados com o cliente para que, caso haja problema depois, ele não te cobre por algo que você avisou que iria fazer. Caso você não tenha um tradutor especializado nessa área, você pode tentar colocar um revisor que seja especialista na área jurídica para que ele consiga corrigir as falhas terminológicas que possam existir, mas de qualquer forma, é muito importante reforçar com o tradutor a sua necessidade e pedir para ele/a uma atenção especial ao texto. Se você não conseguir nenhum recurso especialista na área, você pode tentar colocar uma etapa final com um SME. SMEs são pessoas especialistas na área, não são tradutores e revisores, mas são pessoas formadas e com ampla experiência na área desejada, por exemplo, no caso desse enunciado, seria colocar um advogado para ler o arquivo final de modo a alterar apenas o que for terminologia específica incorreta.

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Para sempre evitar problemas como esse, é necessário incluir um pequeno buffer entre o seu prazo final e o prazo solicitado ao tradutor, por exemplo, se o prazo com o seu cliente é hoje às 18h, você deve pedir para o seu recurso devolver algumas horas antes para evitar que os problemas impactem na devolução final. Agora, se de fato ocorrer um atraso, entre em contato com o tradutor para verificar como está a situação, para saber se há algo que dê para ser feito para evitar que isso afete o cliente (um exemplo seria fazer a revisão em paralelo e assim dar mais tempo ao tradutor) e saber suas opções. Além disso, é necessário pensar em todo o fluxograma do projeto, como tempo do tradutor, tempo do revisor, tempo de verificação final do PM para ver se tudo está correto… Caso o atraso vá impactar na sua devolução ao cliente, avise-o imediatamente para que ele não sofra impactos piores.

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Antes de sair julgando quem está errado nessa situação, você como PM deve avaliar se o que o cliente está apontando realmente são erros efetivos que impactaram na qualidade ou não. Se você tiver o suporte de Quality Assurance, peça a eles que analisem e te enviem um relatório justificando (se é erro ou não) cada alteração do cliente. No caso de não haver uma equipe de Quality Assurance, você pode pedir ao tradutor ou revisor do projeto que faça esse papel, mas cuidado, pessoas que estão envolvidas no projeto tendem a não ser imparciais/neutras e podem ficar na defensiva, então será o seu papel ter um olhar crítico para ponderar se as respostas fazem sentido ou não. Se houve um problema de qualidade, peça desculpas ao cliente e tente recompensá-lo para que ele volte a fazer negócios com você, além disso, passe o feedback aos envolvidos no projeto para evitar que isso volte a se repetir. Caso o cliente tenha feito apenas alterações estilísticas no texto, o ideal é montar um Guia de Estilo ou Glossário com essas preferências, por isso, explique isso ao cliente (nunca deixe ele achando que você errou se você não errou) e passe as ações que serão implementadas em casos futuros para atendê-lo da melhor forma possível.

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A primeira ação seria entender a produção do recurso que está livre, para saber quantos dias seriam necessários para fazer tradução e revisão e, assim, verificar com o cliente a possibilidade de extensão do prazo, pois mesmo que o tradutor consiga fazer o trabalho em três dias úteis, o ideal é passar o trabalho depois pelo processo de revisão feito por outro recurso e dentro desse período não seria possível executar ambas as etapas.