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Desafios para quem está começando no mercado de tradução

Todos sabemos que ingressar no mercado de trabalho, independente da área de atuação, pode ser bastante desafiador. São inúmeros os obstáculos que podemos enfrentar, como a falta de experiência, a procura pelo primeiro emprego e, até mesmo, a insegurança com relação ao seu conhecimento.

Falando especificamente sobre o mercado de tradução, iremos trazer no decorrer deste artigo, algumas das principais dificuldades que o profissional pode encontrar ao ingressar nesta área.

A falta de experiência, com certeza, é um dos principais desafios para quem está começando. Muitas vezes, mesmo fazendo uma faculdade com esta formação, a prática nos projetos de traduções é muito pequena e isso acaba gerando muita insegurança para a pessoa e, infelizmente, muitas vezes, trazendo muitas recusas de trabalho por parte do cliente final.

 A prática como exercício

Para quem deseja entrar neste mercado, o ideal é ter em mente que a prática irá ajudar muito em vários sentidos, como, por exemplo, trazendo maior segurança, trazendo mais conhecimento nas áreas que a pessoa poderá traduzir, melhorando a produção e, consequentemente, trazendo maior retorno financeiro.

Com certeza quem está lendo este artigo e passando por isso deve estar se perguntando: sim, mas o que podemos fazer para sanar estas questões?

 Trabalho voluntário

Uma ótima dica é se inscrever para fazer trabalho voluntário, por exemplo. Muitas ONGs ao redor do mundo precisam muito do nosso trabalho. Mas, é importante reforçar aqui, que o fato de ter pouca experiência não significa que iremos usar as ONGs para entregar trabalhos com baixa qualidade. O trabalho desenvolvido por estas instituições é seríssimo e exige da gente, assim como qualquer outro cliente, muita responsabilidade e comprometimento.

Além das ONGs, uma possível alternativa é contar para amigos e estudantes que você está trabalhando nesta área e ajudar com a tradução de artigos acadêmicos, teses e pesquisas.

Além da falta de experiência, podemos citar também a falta de conhecimento do mercado. Quais são os valores praticados, as possíveis funções que posso desempenhar dentro deste mercado, quais são as ferramentas mais utilizadas, entre outros fatores que podem fazer toda a diferença para quem está entrando no mercado e está se sentindo totalmente despreparado para isso.

Aqui, a dica é estudar e procurar formas de adquirir e aprofundar sempre o seu conhecimento. Isso com certeza fará toda a diferença para você vencer os obstáculos de início de carreira.

Imersão no idioma

Outro desafio que podemos considerar é com relação ao conhecimento dos idiomas que você irá trabalhar. Estes serão, sem sombra de dúvidas, as suas maiores ferramentas de trabalho e, por isso, você precisa ter um conhecimento abrangente nos idiomas escolhidos. É muito importante saber sobre a cultura dos países dos idiomas em questão, conhecer a gramática e ter muita fluência para conseguir entregar trabalhos com qualidade e com naturalidade no idioma de chegada. Pensando nisso, a dica é também se aprofundar e estudar sempre. Aceite os feedbacks enviados pelos seus clientes, analise os erros cometidos e trabalhe para não errar nesses pontos novamente nos trabalhos futuros.

Assim como em qualquer carreira, o nosso desenvolvimento profissional está totalmente relacionado à nossa dedicação e ao sentimento de realização.

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Aviso imediatamente ao cliente para que, juntos, seja possível pensar em soluções sem impactar na qualidade e no prazo final. É papel do tradutor controlar a sua produção para que esse tipo de problema não seja informado perto da sua devolução final, pois caso isso aconteça, o cliente pode não conseguir te ajudar.

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Me certifico que estou usando bons sites e materiais para a realização das pesquisas. Peço ajuda para algum colega da área ou que está mais familiarizado com esta área e, caso não consiga, entro em contato com o cliente para trazer tais inseguranças antes da devolução final para ver se o cliente consegue me ajudar sem prejudicar o prazo e a qualidade. Importante: o papel de pesquisa é responsabilidade do tradutor/revisor. Apenas em casos muito pontuais ele deve recorrer ao cliente para que isso não afete a confiança que o cliente tem nele.

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Antes de enviar o trabalho ao tradutor, questione o cliente a respeito da TM e do glossário, pois são materiais muito importantes e que devem sempre ser usados no processo. A memória e o glossário ajudam muito no fluxo de trabalho da tradução, pois além de otimizar tempo de execução, ainda ajudam a garantir uma boa qualidade final. Se o cliente realmente não tiver nenhuma TM ou glossário, sugerimos que você crie e comece a fazer esse tipo de coleta nos projetos, assim você poderá se beneficiar disso no futuro, em projetos do mesmo cliente e sendo da mesma área.

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Por mais que você não tenha em sua base de recursos tradutores que trabalhem com a ferramenta solicitada, nunca feche as portas para as oportunidades. O primeiro passo é ser sincero com o cliente e dizer que você nunca trabalhou com essa ferramenta, mas que poderia assumir o trabalho e está disposto a aprender. Geralmente, as ferramentas seguem uma mesma lógica, muda apenas algumas funcionalidades e questões de layout, mas para garantir que você não vai ter problemas com isso, busque informações, procure tutoriais na internet e até mesmo questione o cliente se ele poderá te dar um suporte caso você precise.

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Devemos trabalhar com a premissa de que o cliente satisfeito sempre voltará a te oferecer trabalho, porém, é preciso equilibrar as expectativas. Muitos clientes não entendem a dinâmica envolvida em um trabalho de tradução (fluxo de trabalho: tradutor/revisor/QA…), por isso, fazem solicitações que podem atrapalhar e muito o seu processo. Mudar o texto ou um pequeno trecho no início do trabalho é algo que pode ser negociado e atendido, mas se a tradução já passou da metade ou está quase no final, você deve conversar e explicar a ele que o pedido pode ser atendido, mas que será necessário pensar em um novo prazo e valor, pois o trabalho deverá começar praticamente do zero. Uma outra opção é finalizar o trabalho atual e depois implementar as mudanças solicitadas pelo cliente, negociando um novo prazo de entrega e um valor justo pelo tempo que será gasto pelo recurso para fazer os ajustes.

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Retrabalhos não são bons para a organização do PM, isso porque aumentam a chance de problemas e riscos de afetar o seu cliente final. Se você realmente enviou os arquivos errados ao tradutor, você deve tomar as medidas necessárias para evitar que isso afete o prazo combinado com o cliente, ou seja, verificar se tem tempo hábil para realizar o trabalho corretamente, verificar um tradutor disponível para fazer o job e, no caso de você realmente atrasar a devolução final, comunique o cliente imediatamente e tente negociar um novo prazo.

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Esse é um dos erros mais graves que um PM pode cometer, mas devemos sempre nos lembrar de que somos seres humanos e somos passíveis de errar. Diante disso, devolva o arquivo imediatamente ao cliente e peça desculpas por seu erro. Esse tipo de problema não deve se repetir, por isso, use recursos que te ajudem em sua organização, seja uma agenda on-line, agenda física, lembretes das datas de suas devoluções, pois assim as chances de você se esquecer no futuro serão mínimas.

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O primeiro e mais importante passo é sempre tomar decisões e deixar o cliente a par delas, ou seja, os riscos das escolhas devem ser compartilhados com o cliente para que, caso haja problema depois, ele não te cobre por algo que você avisou que iria fazer. Caso você não tenha um tradutor especializado nessa área, você pode tentar colocar um revisor que seja especialista na área jurídica para que ele consiga corrigir as falhas terminológicas que possam existir, mas de qualquer forma, é muito importante reforçar com o tradutor a sua necessidade e pedir para ele/a uma atenção especial ao texto. Se você não conseguir nenhum recurso especialista na área, você pode tentar colocar uma etapa final com um SME. SMEs são pessoas especialistas na área, não são tradutores e revisores, mas são pessoas formadas e com ampla experiência na área desejada, por exemplo, no caso desse enunciado, seria colocar um advogado para ler o arquivo final de modo a alterar apenas o que for terminologia específica incorreta.

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Para sempre evitar problemas como esse, é necessário incluir um pequeno buffer entre o seu prazo final e o prazo solicitado ao tradutor, por exemplo, se o prazo com o seu cliente é hoje às 18h, você deve pedir para o seu recurso devolver algumas horas antes para evitar que os problemas impactem na devolução final. Agora, se de fato ocorrer um atraso, entre em contato com o tradutor para verificar como está a situação, para saber se há algo que dê para ser feito para evitar que isso afete o cliente (um exemplo seria fazer a revisão em paralelo e assim dar mais tempo ao tradutor) e saber suas opções. Além disso, é necessário pensar em todo o fluxograma do projeto, como tempo do tradutor, tempo do revisor, tempo de verificação final do PM para ver se tudo está correto… Caso o atraso vá impactar na sua devolução ao cliente, avise-o imediatamente para que ele não sofra impactos piores.

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Antes de sair julgando quem está errado nessa situação, você como PM deve avaliar se o que o cliente está apontando realmente são erros efetivos que impactaram na qualidade ou não. Se você tiver o suporte de Quality Assurance, peça a eles que analisem e te enviem um relatório justificando (se é erro ou não) cada alteração do cliente. No caso de não haver uma equipe de Quality Assurance, você pode pedir ao tradutor ou revisor do projeto que faça esse papel, mas cuidado, pessoas que estão envolvidas no projeto tendem a não ser imparciais/neutras e podem ficar na defensiva, então será o seu papel ter um olhar crítico para ponderar se as respostas fazem sentido ou não. Se houve um problema de qualidade, peça desculpas ao cliente e tente recompensá-lo para que ele volte a fazer negócios com você, além disso, passe o feedback aos envolvidos no projeto para evitar que isso volte a se repetir. Caso o cliente tenha feito apenas alterações estilísticas no texto, o ideal é montar um Guia de Estilo ou Glossário com essas preferências, por isso, explique isso ao cliente (nunca deixe ele achando que você errou se você não errou) e passe as ações que serão implementadas em casos futuros para atendê-lo da melhor forma possível.

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A primeira ação seria entender a produção do recurso que está livre, para saber quantos dias seriam necessários para fazer tradução e revisão e, assim, verificar com o cliente a possibilidade de extensão do prazo, pois mesmo que o tradutor consiga fazer o trabalho em três dias úteis, o ideal é passar o trabalho depois pelo processo de revisão feito por outro recurso e dentro desse período não seria possível executar ambas as etapas.